Eu fiquei muito tempo sem deixar
que meus sentimentos saíssem. Mas nem foi por intenção que eles ficaram presos,
porque eu nunca desejei um local secreto para eles morarem. Eles se travaram. Só
isso.
Já levei tanta martelada que os
calos do coração parecem nem doer mais. Entretanto, sei que vão doer ainda
algumas vezes e, por isso, inconsciente ou não, eu decidi começar a andar em
cascas de ovos.
Vou aos poucos, mas ainda não
consegui ir. Passos curtos e pequenos. Às vezes só realinho os pés para mostrar
a mim mesmo que eu me mexi e estou tentando fazer algo diferente. E realmente
estou, mas com calma.
Bobagem? Enganar a mim mesmo?
Para! Isso seria mais fácil. Hoje, porém, eu prefiro agir assim e me sentir bem
desse jeitinho. Qual o problema em querer ter mais cautela? Eu quero ser
balançado, mas não de um lado para o outro.
Canso-me só de pensar em novas
oportunidades, porque tudo me parece vago o bastante para desistir no primeiro
tropeção. Talvez se decidirem me chacoalhar, a melhor forma seja me jogando
para o chão, um lugar que eu sempre procurei abrigo.
Mas isso aqui nem ao menos é uma
dica. Não basta força nos braços ou agilidade mental. Quem sabe, por lidar
melhor com, as palavras sejam onde minha fraqueza mora. (E novamente isso não é
uma dica, ok?).
Talvez você que esteja lendo
tenha toda essa perspicácia, mas eu nem sei se eu gostaria que você lesse isso.
Eu só estou enchendo mais uma lauda com meus sentimentos e decidindo qual o
sabor de sorvete eu vou tomar quando acabar.
É... Pistache.
Finalizo.
Murilo de Carvalho
Murilo de Carvalho
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