domingo, 30 de agosto de 2009

Raio de Sol.

Tudo começou muito escuro.
Um teto, um vidro, dois bancos...
Esses últimos se tornariam em um único.

Bocas se misturando.
Gosto? Doce. Suave.
Lábios ardentes.
Mas estava um tanto quanto frio.
Quase não havia suor.
E tudo estava bem trancado.

Corpos começaram a se misturar.
Vontade de um querer maior que já existira.
Desejo de um final completo.
Final?
Sim, às vezes não há um começo e o final já está por vir.

Faltou sentir as manias, os defeitos...
Faltou conhecer a cor preferida e o doce também.
Mas e a intensidade?
Como diriam os antigos:
"Parecia mais de ano".
Era tudo tão bonito.

E quando finalmente os corpos se encheram de vigor.
Tudo que estava escuro deu lado a raios infinitos da nossa estrela maior.
O Sol cuidava de iluminar todo o momento do prazer.

Um adeus.
Um até logo.
Um em breve?
Não dá pra se ter certeza.
A única certeza na verdade é que foi pra sempre.
Porque a nossa memória não apaga aquilo que foi belo.

Obrigado.
Deus, obrigado.
Pois destes a mim o gosto mais intenso que já provei.
E a ti... PNC.
Porque qualquer palavra aqui seria muito pequena.
Pequena ao ponto de expressar qualquer coisa perto do que significou.

Na varanda...
Continuo olhando para o Sol.

Ele agora queima minhas bochechas por sua potencialidade.
Sinto-as ardendo.
Tanto que posso até ver que estão se avermelhando.
Mas as lágrimas lavam os meus pés para que eu posssa voltar a andar.

Jamais esquecerei o brilho intenso do raio de Sol.
Não aquele que entrou pelo vidro.
Nem ao menos aquele que vi pela varanda pela manhã.
Mas sim, aquele que vi refletido nos teus olhos quando os vi pela última vez.


Finalizo.
Murilo de Carvalho

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Nos Segundos do Relógio.

Espero.
Aguardo.
Respiro.

Ah, o tempo às vezes nos impede de sonhar como queremos.
Mas eu simplesmente penso, atualmente, como o tempo é realmente o Senhor da Razão.
Não adianta ficar planejando.
A hora certa é uma só.

Que bom que a hora chegou.
Tenho visto os lírios crescendo no campo de uma forma tão intensa.
Olhai, olhai, olhai.
Os lírios crescem mesmo.

Filtrando aquilo que exala esperança.
Sonhando com aquilo que me revela o futuro.



Finalizo.
Murilo de Carvalho

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Naquele horizonte.

Às vezes a sorte de um mundo novo pode parecer interessante.
Porém, em outros momentos isso pode parecer intrigante.
Nem sempre a luta de se fazer valer a pena é o bastante.
A questão maior é: saber se quer fazer isso valer a pena.

Em muitos momentos já tive decisões concretas.
Hoje, elas apenas me parecem a mais viável.
No entanto, arriscar sempre é necessário.
E ter a vontade de arriscar é algo ainda mais glorioso.

Vindo de uma energia que nem sempre é certa,
O fazer o que é possível é algo momentaneo.
Mas... Para ter coisas que você nunca teve,
É necessário fazer coisas que você nunca fez.

Não é regredir.
Nem tão pouco voltar no tempo.
É ver à frente horizontes que são mais paupáveis.
Horizontes que você sabe onde vão terminar.

Na linha em que o céu se encontra com a terra.
Ou até mesmo com o mar.
O horizonte certo é aquele que move o coração do abalado.
Que instiga a alma do descrente.

Como diria Mario Quintana:
"Quero ter a certeza que no final valeu a pena".
Mas como diria eu:
Quero ter a certeza que no final o valer a pena foi obra minha.


Finalizo.
Murilo de Carvalho.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mudança.

Olhos cheios.
Olhos cansados.
Olhos esperançosos.
Olhos sedentos.
Olhos.

Olhos com vontade de sonhar.
Olhos com medo de enfrentar.
Olhos com intenção de voar.
Olhos com magia de acreditar.
Olhos.

Aqueles olhos que sempre estiveram no mesmo lugar.
Agora, esses mesmos olhos pretendem se mudar.
Nova moradia?
Ainda incerta.
Mas a certeza é uma só: os mesmos se movem pela emoção do ar.


Finalizo.
Murilo de Carvalho.