sexta-feira, 27 de abril de 2012

História que escreve história

A época era estranha, mas adorável.  
Reino Unido, século XIX.
Via-me em prosperidade,
Também em uma paz que excedia o entendimento.


Mas, então, fui levado à Camões.
Retrocesso? 
De forma alguma.
Apenas uma nova e misteriosa cultura.


Entre o lírico, o épico e o teatral,
Descubro novas formas de escrever.
São peças cômicas,
São aventuras por um mar profundo.


Felinos celebram novos afagos
Em meio a carícias e gracejos.
Talvez um brinde.
Talvez cevada.


Rodas de aliados.
Uniões que podem satisfazer prazeres.
Controláveis ou incontroláveis,
Apenas bons prazeres.


Apostamos as fichas, 
Pois todas as cartas foram coladas na mesa.
Valores, figuras, histórias...
Tudo está às claras.


Mas não se preocupe, 
Não se trata de um jogo.
É mais além:
Tratado firmado.


Finalizo.
Murilo de Carvalho

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Minhas veredas. Minhas certezas.

Certa vez eu joguei uma chupeta pelo telhado e lá ela ficou para sempre; ou talvez uma chuva, ou até mesmo um vento, derrubou-a de lá. Mas isso foi só por que eu quis. Mamãe sempre dizia que quando faço é uma motivação da certeza.
É, sou indeciso. Muitos até me acham sem opinião, que sou de deixar outros resolverem. Mas sabe que eu não ligo? Importa-me mais saber que só ajo se eu realmente acredito naquilo, naquela atitude. Assim me deixa mais tranquilo.
Eu pego caminhos e vou tentando construir pontes, mas isso nem sempre me leva para o destino certo. Eu junto um, dois, nove motivos, mas às vezes eles não são tão válidos. Não para mim, mas isso também se refere a quem eu encontro perdido por esses lugares. Lugares que eu descubro que são apenas meus, ou que finjo serem.
Do que adianta acertar? Qual o motivo de ver os próprios erros? Crescimento, acredito eu. Nem sempre compreendido pelas certezas, ou ainda pelas incertezas, continuo não me importando com o que vão pensar, apenas relevo o “me observar”. Enumero, pondero e chego a uma equação. Confuso, não?
Talvez eu queira um tempo que me faça mais certo. Talvez eu mal queira um tempo, apenas uma certa liberdade. Sigo. Autoconfiante e voraz. Sem máculas, sem máscaras, sem mágoas.  Estou aqui, pegando novamente um ou mais caminhos, mas certo disso.
As lembranças vêm dentro da mochila. Pesada, sabe? Mas vou carregar essa experiência e levá-la em prol da minha boa consciência. Em cada novo hotel, um travesseiro me aguardará e eu colocarei ali, tranquilo, minha cabeça. Repouso sereno e revitalizante, celebrando mais uma jornada conquistada.
Bom, hora de sonhar. Novos sonhos? Infelizmente não dá pra saber. Ou será que felizmente? É, felizmente. Chato seria saber qual o sonho dessa noite. Irritante saber que ao acordar surpresa alguma a mim seria revelada. Entretanto, curioso não posso deixar de ser. Daqui a pouco acordo de novo. Ansiedade reina.





Finalizo.
Murilo de Carvalho