E essa necessidade que as pessoas têm em chegar à conclusão
de quem é o mocinho e quem é o vilão? Bom, pelo menos eu não fiquei com a
última caracterização. Talvez até tenha ganhado uma caracterização de ausência
de sanidade, visto que há sempre outra necessidade daqueles que estão em
desvantagem procurar pela culpa alheia.
Mas basta. Agora, enfim, não há mais necessidade alguma em
se fazerem culpados e o cerco se fechou pelo podre e nojento circulo da
vaidade. Vaidade esta que é vista em textos despretensiosos, imagens que falam
as verdades da falta de caráter e vozes que dizem mais do realmente vão
alcançar.
Chega a ser engraçado pelo circo que foi armado. E não me
vejo no centro de tal picadeiro, pois eu... Eu simplesmente assisti toda a essa
encenação com receios, mas ainda assim tive coragem. E o palhaço tomou conta de
um espaço que mal se fazia dele, pois nada era assim tão direcionado. O tal
cara do nariz vermelho alimentava ali o seu ego através do humor de má
qualidade.
Sinto que ao me levantar da arquibancada, toda a plateia se
fez não acreditada por algo que não se esperava. Não vejo ali um “grand
finale”, vejo papeis caindo de um alto que não tem relevância, e fez você
perder o intenso significado da razão que nunca deixou participar de uma emoção
necessária.
O espetáculo chegou ao fim. Não há cortinas a serem
fechadas, pois tudo se escancarou frente a esses olhos que sempre viram minhas
mãos aplaudindo seus feitos. Entenda: os seus bons feitos. Não deixo nada se
comparar a tal inconsequência em deixar um fã ir embora. Cessaram as vendas de
tickets, pois dessa vez o show não vai continuar.
Dizem que o sucesso de um número é feito pela soma de uma
boa atuação e a verdade que se traz nos olhos. E acredito que dessa forma o
fracasso da atração se faz compreensível. Encenação barata, fraca e sem emoção
é o que se viu. Respeitável público, o melhor é ver que ali não se teve o que
se procurava e admitir que a sorte não fora bem-vinda.
Finalizo.
Murilo de Carvalho