terça-feira, 30 de outubro de 2012

Construindo Títulos


Acabou inspiração? Onde enfiei todas essas palavras que saiam tão facilmente?
Enterrei? Joguei-as no lixo? Lancei no vento! Eu nem quero pensar onde foi tudo parar.
Palavras ao vento são como folhas secas, que se debandam sem força, sem vontade, sem direção e, o pior, sem volta.
É, acho que estou entendendo muito bem tal significado.
Conversar com as pessoas que sentem dor, de uma forma muito estranha, me inspira. Acho que olho sofrimentos hoje como apenas grandes degraus. Piso firme e sem medo de cair, porque sei que sempre vou rolar escada abaixo.
Poço seco? Não sei se deixei secar ou se o que eu realmente quis foi fazer tudo se tornar um grande motivo de celebração. Parece que não há mais espaço para lágrimas e mágoas. Um olhar que saiu das nuvens carregadas de escuro e se fez brilhar.
Cansei de viver as metáforas e selos que fingem dar um sentido desejado. Parei de me importar com aquele comentário maldoso sobre quem mal me conhece ou aquele olhar que me repreende.
Talvez seja por esse motivo que me sinto tão pronto para me aventurar. Mas o que preciso entender é que nem todos estão preparados para voos altos. E apesar da altitude, os pés sempre tocam o solo rochoso.
Viver sem segredos, vida transparente e sem receios.
Tudo cessou. A alma apenas quer sorrir.



Finalizo.
Murilo de Carvalho

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Rabiscos do Tempo


Em prol dos velhos tempos, tudo tem se tornado apenas uma nova página. Mas nem falo de um novo livro, apenas de anotações. Essas são descritivas, minuciosas e preciosas em cada verso.
Medos e receios se foram juntamente com toda a preocupação e pressão de uma busca perfeita e incansável. Era um saco, perdoem-me pela expressão, mas só eu não percebia o quanto me aborrecia por esse estado volúvel.
E daí que o meu momento pode ser feito com leves sorrisos em um espelho quebrado? Qual a versão mais moderna que eu poderia sugerir a mim mesmo? Aliás, essa é a nova tendência.
Instabilidade, sinceramente nem ao menos me lembro de como era viver você. Gosto dessa rotina repleta de intensidade que me preenche e me ocupa. E tenho sobrevivido com um ar de ternura ao repousar.
Entretanto, a manhã chuvosa é algo que me desperta mais repleto de vontade, de ambição. Do que? Não tenho ideia alguma sobre, mas sei o quanto isso me faz bem. E mereço, depois de todo aquele percurso pelo deserto.
Sem flores, sem jardins, sem aqueles gramados e montanhas verdejantes, por enquanto. Deixe os caminhos se formarem, só quero trilhar e fazer parte daquilo que ainda nem sei o que é. Deixar florescer? Quem sabe?


Finalizo.
Murilo de Carvalho

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Quebre o Silêncio!

Nada mais angustiante que o sinal da sua impotência. Algo que poderia ter sido feito e não foi, e você nem mesmo sabe o por quê. Onde minhas mãos estavam quando eu quis segurar?

Sempre fui muito astuto, mas, mesmo assim, todas as cicatrizes e marcas foram causadas. Eu não soube correr, eu não soube gritar o suficiente. Eu só quis acreditar que aquilo não acontecia.

Hoje, quando relembro pelas marcas de outrem, todo um rancor é causado em mim. O erro não foi seu quando quis tocar-me daquela forma, o erro foi meu em aceitar que aquilo continuava.

Parece fácil tentar fugir, mas difícil também não era. Olha pra mim, olho para o espelho. Nunca quis minhas lágrimas lavando minha face pela vergonha que sentia de mim mesmo. E quem era você?

Acho que errei muito em aceitar o dia que resolvi conhecer quem você era, mas acertei ainda mais quando soube que o melhor era desistir de ver o monstro que existia em você e me permitir fugir das suas presas.

Aliás, que presas, não? Afiadas, brancas como um marfim e com uma ferocidade que nunca ninguém compreendeu. Mas ninguém viu suficientemente como eu e, mesmo assim, eu jamais vou decifrar.

Lanço-me no mar do esquecimento sobre todas as coisas que se diziam boas, mas eu nunca mais as encontrei, pois toda a escuridão da sua realidade me parece mais verdadeira que toda a encenação de boa e centrada pessoa.

Quem imaginaria que um dia me veria nessa raiva, nessa fúria? Eu me imaginei? Mas se eu puder, e vou, lutarei pelos meus e por aqueles que acolherei. Pois se depender da minha fúria, muita paz será gerada.

Mas apesar de tudo, e de todas as cascas de ovos em que, por uma vontade que desconheço, pisei, hoje tenho passos largos e firmes dos quais eu me orgulho. Movo-me com coragem e sem receio dos riscos.

Vivo da maneira que todos meus limites são superados, mas não por querer demonstrá-los a qualquer que seja o ser, mas para me certificar diariamente que eu posso e conquisto aquilo que preciso.

Viva! Aquele que foi marcado, hoje pode marcar história de coragem.
Viva! Esse não é o que vira a face, mas aquele que a ergue.
Viva! Não é uma comemoração, mas um brado de força, de sede por justiça.


Finalizo
Murilo de Carvalho


terça-feira, 10 de julho de 2012

Quem falou? E quem sentiu?

Há quem acredite que amar 
Seja algo que transborde.
Se amar é sentir-se completo
Para que exagerar?


Pode ser com calma,
Com cautela e zelo.
Não precisa de pressa,
Tampouco de ansiedade de alma.


Quem já amou sabe
Pode parecer incontrolável.
Aquele furação que lhe embale
Uma sensação que não se cabe.


Mas amores e amores, não?
Do seu, do dela, 
Ou ainda o dele,
Eles sempre vêm e vão.


Porque amar alguém
Nunca foi e nunca será uma escolha.
E por mais que seja complexo,
Só tem o direito de fazer muito bem.






Finalizo.
Murilo de Carvalho

domingo, 17 de junho de 2012

Cantigas Livres do Autor

Gosto de sintonia. 
Do cheiro que vem e encaixa.
Da chama que reluz 
E, também, aquece.

Eu tenho encontrado
Não aquilo que se procura,
Mas o que se realmente pode ver.
Que se pode tocar e afagar.

Cansei-me do abstrato,
Das possibilidades.
Hoje vivo intensamente pelo concreto,
Pela certeza.

Chega a ser engraçado,
E não só porque é divertido,
Todavia é algo que poderia já ter acontecido.
O que não era certa hora para.

Coloco o relógio para girar,
Calmo e em sincronismo.
Desde o começo não se torna um processo difícil,
Quando, enfim, os pés estão no chão.

Viva, vire e veja.
Até o Sol raiar ainda tem muita música.
Los faço em pedaços de papéis
E também em motivos de sorrisos.

Não mais em preto e branco.
Em cores vívidas e plenas.
Canetas nas mãos, nas duas, nas nossas.
Então, abre-se o livro.


Finalizo
Murilo de Carvalho

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Métrica Elaborada

Descobri um novo desejo.
Desejo estranho que almejo.
Algo que me traz vontades,
Mas nada que preencha em profundidades.

Fazer parte de algo que não se conhece
É muito mais irreal que algo que não perece.
Talvez um surto de sucesso
Traria a mim um novo acesso.

Qual o real sentido de um bom lugar para morar
Se você não sabe se esconder é o que vai precisar?
Fugir nunca é o caminho, 
Entretanto, busco aos poucos rotas nesse pergaminho.

Que tudo é feito de escolha e consequência
Todo mundo sabe e nunca esquece essa sequência.
Todavia triste se faz onde habito
Sujo, podre, tudo aquilo que de mim debito.

Nenhum mortal aqui se vê satisfeito
E para alguns isso traz uma imensa dor no peito.
Embora insistam em lutar com esnobismo
Acabam suas noites em pleno abismo.


Hoje faço da minha poesia um grito de esperança,
Apesar de não ver felicidade em qualquer semelhança.
Busco um sorriso como diferencial,
Pois para mim isso sempre se mostrou essencial.



Mal se faz em qualquer efeito,
Corro léguas, mas aqui não encontro ar rarefeito.
Por sentir meus pés em fétida lama,
Retiro meu ser para voltar a andar em grama.







Finalizo.
Murilo de Carvalho

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Higienização Final

Alguém me ajuda? Preciso me limpar com urgência.
Eu estou procurando uma fórmula bem ácida que faça com que minha pele caia por inteira.

É asqueroso pensar que você já me tocou um dia. Parece que minha vida cheira a lixo.
Se eu deitar no chão, tenho total certeza que diversos ratos vão se atrair, além de baratas e insetos, porque teu cheiro ainda está aqui.

Vontade de rasgar a pele e trocar por uma nova, sem lembrar que aqui foi tudo seu um um dia.
Realmente, um dia foi seu. E nada mais sobrou aqui para ser seu. Nada.
A pele que você nunca cansou de agredir. Nem sei mais quantos socos, tapas, arranhões, beliscões, mordidas... Até cuspes e bebidas você lançou contra ela.
Quem diria, não? Um dia você disse que essa mesma pele levava você a uma loucura incrível. Certamente, levava a loucura, porque você se tornou uma vergonha pública.
Mas sabe que eu estou agradecendo você. E muito. Você limpou todo o sentimento bom que tinha aqui dentro de mim. E os céus vibram por eu não sentir mais qualquer atração física por você.
Gosto de olhar para as fotos e sentir que você nem parece ter existido na minha história.
Boas lembranças... Eu nunca vou encontrá-las. De você apenas uma recordação: dor.
O cheiro da liberdade está construindo essa minha nova casca. Mais bonita, mais valiosa.
Aliás, não tem como você ter conhecimento sobre beleza e valores, você nunca viveu ou vai viver quaisquer desses conceitos.


Finalizo.
Murilo de Carvalho

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Apenas Um Pouco Mais


Talvez o motivo maior de um sorriso
Possa ser a concretização de um sonho.
Sonho daqueles que não se sonha e acorda e passa.
É daqueles que são pra viver acordado.


Eu descobri um sorriso doce e tímido
E há algum tempo ele tem me feito sonhar.
Passo dia, horas e momentos bons pensando
E só consigo querer mais.


Não dá pra imaginar como seria sonhar sem teu sorriso.
Sim, aquele de lado, aquele contido. 
Eu queria sonhar mais, 
No entanto, sei que o tempo mostra o momento certo.


Tenho deixado a ansiedade de lado.
Tudo para que o meu sonho não se estrague.
Tudo para preservar o seu sorriso.
Bem assim, desse jeitinho.


Qual seria a razão maior
Se eu não pudesse abrir minhas asas,
Divertir-me nos teus lábios alegres
E, enfim, deixar minha imaginar voar?


Inesquecível foi o teu sorriso
Naquela noite em que meu coração, então, pensou:
Será que é a minha vez?
Chegou a hora de eu me entregar?


E foi.
Totalmente imprevisível.
Cada um descobrindo o outro.
Aos poucos e em doses exatas.


Se hoje eu pudesse fazer um só pedido,
E seria feita da seguinte forma:
Sorria para mim,
Pois esse amor nasceu assim.


Finalizo.
Murilo de Carvalho

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Preparando Meu Acorde


Nem sempre é necessário fechar os olhos, as memórias acontecem por um simples piscar.
Algumas estranhas artimanhas infelizmente sempre ajudam a manter uma ferida aberta. E a busca dessa cura parece sempre infinita.
Hoje ao acordar, olhei o parque e via tudo em neblina. Ao fundo, bem escondido entre as árvores, havia um garoto sentado na grama e sozinho tocava uma flauta.
Um som tranquilo trazia notas doces, mas seu semblante não tinha qualquer expressão de alegria. Reconheci, então, a música que saia daquele instrumento e lembrei-me da letra triste e dolorosa.
 Às vezes as músicas podem significar magia, harmonia para aqueles que as ouvem, mas o que ninguém vê é como ela foi composta. Como o autor se sentia naquela noite, dia, ou tarde calorosa? De onde vieram aquelas palavras? O coração estava esperançoso ou aflito?
Os sorrisos nem sempre se expressam por clareza, mas também por necessidade. Uma combinação sorriso e olhar é difícil de ser interpretada hoje em dia, e essa realmente revela entusiasmo.
Olhei-me no espelho, após aquele momento de reflexão, e só o que me vinha na cabeça era o som daquela música emitida por tal instrumento.
Será que meu sorriso tem sido por necessidade? Será que minha alegria tem sido algo para agradar os demais?
Quantas vezes eu não sei o motivo do sorriso ou de uma lágrima.
Que nada é como planejado, todos nós estamos cansados de saber. Entretanto, penso que nosso telhado é sempre de vidro: frágil e transparente; fácil de ver e de ser atingido. 
A vontade agora é de compor. Descobrir como o coração anda e ver quais notas podem ser tocadas. Quero saber o nível de entusiasmo do meu som e, então, tocar qualquer instrumento para que essa melodia possa, então, ser ecoada.
Não obstante infelizmente, vocês nunca vão saber o teor da minha música.




Finalizo
Murilo de Carvalho

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O Grande Laço


Era julho, bem na sua metade, e eu estava ali, como quem realmente não quer nada.
Já conhecia você de ouvir falar, mas nem ao menos um oi havia acontecido.
Você também sabia de mim, mas isso nunca foi o bastante.
Estávamos tão perto; apesar disso também não ter ajudado em nada.
E, então, você foi para longe.


E certa vez eu fui para o seu novo lugar e você me viu caminhando por um shopping.
Você me pediu meu telefone alguns dias depois e a conversa foi infinita.
Que prazeroso era ouvir você contando sua vida e poder contar da minha.
Coisas em comum, coisas engraçadas, coisas.
Lembro que só desligamos o celular, porque já eram 3 horas da manhã. Uow!


Os dias foram se passando e a gente foi se aproximando mais.
Dezenas de ligações e centenas de mensagens.
A gente não parava de pensar um no outro.
Tudo era compartilhado e a gente nunca tinha se falado pessoalmente.
Viramos o diário um do outro.



Dava vontade de estar perto. 
Dava vontade de sentir o cheiro. 
Dava vontade de simplesmente olhar.
Dava muita vontade.
E aí você me surpreendeu.


Exatamente no 15 daquele mês, em uma quinta-feira, você foi me ver.
Como foi bom olhar nos seus olhos e sentir o que eu tava sentindo: curiosidade.
Lembro da sua e da minha roupa naquela noite. 
Nossos braços não queriam soltar o corpo do outro.
Nosso beijo foi um encaixe perfeito.
A gente se cheirava, a gente se tocava. A gente estava tendo, enfim, o nosso encontro.


Ah, noite de lindas memórias...
Memórias que jamais serão apagadas. 

É óbvio esse meu pensamento. Simplesmente óbvio.
Como esquecer o dia em que eu conheci o meu eterno e grande amor?







Finalizo
Murilo de Carvalho

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Por Um Novo Tempo


Ontem a chuva lavou meu entendimento.
Incerto parecia o meu olhar,
Mas a gana por mudanças se instaurou.
Hoje o dia começa com nova força.


Talvez um vento frio me fizesse entender,
Mas só essa límpida água pôde me certificar.
O coração não é um vaso, 
Entretanto adubo é essencial.


Sinto-me como se tivesse sido medicado.
Uma nova injeção, uma nova fórmula.
Inexplicável, mas sinto correndo pelas veias.
Tudo em prol de um novo eu.


Meus sonhos agora se aliam a desejos.
Carnais ou emocionais, aprovo essa mágina mistura.
Encaro meu espelho e a pergunta é única:
Como fazer acontecer?


Então, dou ouvidos para essa voz que vem de dentro
E a resposta se faz clara:
Não sei quando, não sei como.
Todavia, esse dia há de chegar.


Finalizo
Murilo de Carvalho

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Quarteto de Regras

Uma pequena expressão.
Uma atitude desorientada.
Um rumo sem guia.
Uma nova carta.


Sigo a esperança de falar.
Não apenas o abrir de boca.
Mas o silêncio dos meus lábios
Reflete o grito do meu olhar.

Pego caminhos antes não percorridos.
Sigo rotas que eu desconhecia.
Entretanto, encontro luz.
Apesar das sombras fantasmagóricas.


Há um mapa que indica a trilha certa.
Todavia, nunca teremos a certeza de encontrá-lo.
Procuro por vias que me levam a sorrisos,

Mesmo que durante o percurso lágrimas aconteçam.


Escrevo roteiros e busco sintonia.
As palavras já não me são mais vagas.
Procuro por sentimentos em músicas,

Mas encontro vagas memórias inusitadas.


Grande dia será este!
Vivo o imenso prazer de não ter rotina.
Canto flores: rosas, orquídeas e tulipas.
E no alto daquela árvore sobrevivo a novos ninhos.



Finalizo.
Murilo de Carvalho

sexta-feira, 27 de abril de 2012

História que escreve história

A época era estranha, mas adorável.  
Reino Unido, século XIX.
Via-me em prosperidade,
Também em uma paz que excedia o entendimento.


Mas, então, fui levado à Camões.
Retrocesso? 
De forma alguma.
Apenas uma nova e misteriosa cultura.


Entre o lírico, o épico e o teatral,
Descubro novas formas de escrever.
São peças cômicas,
São aventuras por um mar profundo.


Felinos celebram novos afagos
Em meio a carícias e gracejos.
Talvez um brinde.
Talvez cevada.


Rodas de aliados.
Uniões que podem satisfazer prazeres.
Controláveis ou incontroláveis,
Apenas bons prazeres.


Apostamos as fichas, 
Pois todas as cartas foram coladas na mesa.
Valores, figuras, histórias...
Tudo está às claras.


Mas não se preocupe, 
Não se trata de um jogo.
É mais além:
Tratado firmado.


Finalizo.
Murilo de Carvalho

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Minhas veredas. Minhas certezas.

Certa vez eu joguei uma chupeta pelo telhado e lá ela ficou para sempre; ou talvez uma chuva, ou até mesmo um vento, derrubou-a de lá. Mas isso foi só por que eu quis. Mamãe sempre dizia que quando faço é uma motivação da certeza.
É, sou indeciso. Muitos até me acham sem opinião, que sou de deixar outros resolverem. Mas sabe que eu não ligo? Importa-me mais saber que só ajo se eu realmente acredito naquilo, naquela atitude. Assim me deixa mais tranquilo.
Eu pego caminhos e vou tentando construir pontes, mas isso nem sempre me leva para o destino certo. Eu junto um, dois, nove motivos, mas às vezes eles não são tão válidos. Não para mim, mas isso também se refere a quem eu encontro perdido por esses lugares. Lugares que eu descubro que são apenas meus, ou que finjo serem.
Do que adianta acertar? Qual o motivo de ver os próprios erros? Crescimento, acredito eu. Nem sempre compreendido pelas certezas, ou ainda pelas incertezas, continuo não me importando com o que vão pensar, apenas relevo o “me observar”. Enumero, pondero e chego a uma equação. Confuso, não?
Talvez eu queira um tempo que me faça mais certo. Talvez eu mal queira um tempo, apenas uma certa liberdade. Sigo. Autoconfiante e voraz. Sem máculas, sem máscaras, sem mágoas.  Estou aqui, pegando novamente um ou mais caminhos, mas certo disso.
As lembranças vêm dentro da mochila. Pesada, sabe? Mas vou carregar essa experiência e levá-la em prol da minha boa consciência. Em cada novo hotel, um travesseiro me aguardará e eu colocarei ali, tranquilo, minha cabeça. Repouso sereno e revitalizante, celebrando mais uma jornada conquistada.
Bom, hora de sonhar. Novos sonhos? Infelizmente não dá pra saber. Ou será que felizmente? É, felizmente. Chato seria saber qual o sonho dessa noite. Irritante saber que ao acordar surpresa alguma a mim seria revelada. Entretanto, curioso não posso deixar de ser. Daqui a pouco acordo de novo. Ansiedade reina.





Finalizo.
Murilo de Carvalho

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Tom da Amizade

Da África tua raiz.
Dos solos tupiniquins teu canto.
Da beleza de Ébano teu reflexo.
Da mocidade inteligente o teu encanto.

"Quanta falta de sensibilidade!"
Frieza aparenta aos olhos suspeitos.
Mas apenas aos que podem tocar-te
Conhecem teus verdadeiros conceitos.

Doçura em forma de mulher.
Esperteza no jeito da tua eterna criança.
Morena brejeira espreitando metrópoles,
Astutos olhos de esperança.

Traz em teu corpo ginga de amor.
Tua fala me enfeitiçou.
Esse jeito sagaz de companheira...
Foi assim que me conquistou.

Embora logo uma distância,
Um amor jamais é esquecido.
Tenho em você um anjo amigo,
Para sempre nossas canções em sustenido.



Finalizo
Murilo de Carvalho

Ameninadomimoso

Sono de bebê:
Sono pesado.
Sono intenso.

Sonho como bebê:
Sonho leve.
Sonho colorido.

Enfrentamos diariamente o "adultismo".
Dias repletos de responsabilidade.
Mas essa é a rotina humanitária.

Encare o amadurecimento.
Desbrave o dia a dia.
Pois o crescimento é o reflexo da intensidade divina.



Finalizo
Murilo de Carvalho