segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tinta de Sangue

Certa vez escreveram meu nome na areia.
Percebi então o quanto ele era simples.
Apenas algumas letras
E aquilo já poderia ser usado para mim.

Descobri depois de algum tempo
Que nomes podem ser reinventados.
Novas formas, novos tamanhos...
Mas mesmo assim usado para mim.

E daí ganhei apelido.
Um não, alguns.
E da mesma forma
Todos usados para mim.

Mas nada do que foi posterior
Tirou-me a identidade.
Continuei sendo o mesmo.
Com novos adjetivos usados para mim.

Quem seria capaz de fazer com que tudo isso mudasse?
Talvez um grande livro
Escrito com letras douradas
Era ouro usado para mim.

Enquanto mantiver meu coração aberto
Conheço novos nomes, novos apelidos.
Mas de qualquer forma,
Só aquela caneta será usada para mim.



Finalizo.
Murilo de Carvalho

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