segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sede

Espero que eu entenda.
Espero que eu desista.
Espero que eu insista.
Espero que eu viva.

Não quero um suor.
Não quero uma lágrima.
Não quero um grito.
Não quero um movimento.

Posso entender lentamente.
Posso desistir insensatamente.
Posso insistir desesperadamente.
Posso viver compulsivamente.

Que meus poros entrem em combustão.
Que meus olhos trabalhem em sentimentos.
Que minha garganta seja incessante.
Que meus membros ajam por impulso.

Mas nem que eu espere ou queira.
Os movimentos podem ser em vão
Se acaso aquele choro sair de um grito inesperado.
Mas nunca em vão deixarei de ser insaciável.



Finalizo.
Murilo de Carvalho

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